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Da infância ao envelhecimento: cuidados com a saúde mental

Autora: Silene Moreira de Souza, professora do curso de Psicologia da Faculdade Santa Teresa

Diante do cenário que vislumbram as pesquisas atuais, torna-se imprescindível refletir sobre o tema saúde mental. Hoje levamos uma vida frenética, que nos faz questionar: qual futuro nos aguarda? Como enfrentar o futuro com qualidade e saúde mental? Tomando como referência o estudo global co-liderado por pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, e da Universidade Harvard, nos EUA, divulgado recentemente na mídia, uma em cada duas pessoas desenvolverá pelo menos um transtorno, relacionado à saúde mental durante a vida.
Considerando estes dados, voltar o olhar para a 1ª infância parece ser fundamental, principalmente do ponto de vista preventivo, tomando medidas que possibilitem um futuro próspero quanto a nossa saúde mental.

As crianças, embora possa parecer que não, sofrem com problemas de ordem emocional ou mental, o que as pesquisas têm evidenciado, e cada vez mais se confirmam pelos indicadores, elas também sofrem durante a infância de problemas relacionados a saúde mental, que podem levar para a vida adulta. O cuidado com a 1ª infância torna-se necessário para que possamos vislumbrar uma velhice sem grandes enfretamentos relativos a isso. A saúde mental é um fato, e precisamos cuidar dela, se possível desde a infância, pois assim como nosso corpo físico adoece, nossa mente também pode adoecer, e a prevenção parece ser o melhor remédio.

Não devemos negligenciar a infância, pois é lá que podem iniciar nossas complicações de ordem emocional. Muitas vezes negligenciamos alguns sinais de nosso corpo e mente, sobretudo quando se trata de sinais emanados de nossa vida psíquica. Para não parecer que somos fracos diante da sociedade, retardamos o cuidado e a atenção necessária a mente necessita. Estar com nossa saúde mental fragilizada não significa que somos fracos, muito pelo contrário, demonstra o quanto fomos aguentando até ali. Precisamos compreender que não há nada de errado em voltar o olhar para nós mesmos, pisar no freio e desacelerar um pouco em nossa rota.

Muitos são os fatores que influenciam o nível de saúde mental de uma pessoa. Podem estar associados tanto a questões sociais, como psicológicas ou biológicas. Os problemas socioeconômicos, o aumento da violência, repentinas perdas, condições de trabalho, só para citar alguns que estão entre os que podem contribuir diretamente com nossa saúde mental. Desse modo, a forma como reagimos às exigências, aos desafios, mudanças da vida, e ao modo como harmonizamos nossas ideias e emoções, parecem estar diretamente relacionadas a nossa saúde mental.
Sabemos que com o avanço da idade mudanças são inevitáveis e adaptações também. Entretanto, envelhecer em nossa sociedade ainda parece ser visto a partir de muitos estereótipos negativos. Mas, as possibilidades de envelhecimento saudável, ativo e produtivo são reais. Por isso, nos parece urgente políticas robustas, voltadas para prevenção e promoção de saúde mental desde a infância até o envelhecer.

Em nosso percurso de vida até chegarmos à velhice, inúmeros desafios nos espreitam, por isso, precisamos fortalecer entre outros aspectos, nosso modo “sobrevivência emocional”. Se os estudos apontam que 50% da população desenvolverá pelo menos um distúrbio aos 75 anos, vamos desenvolver mecanismos preventivos que minimizem este enfrentamento.

A OMS (2022) divulgou relatório com base nas evidências mais recentes sobre a saúde mental e destaca dados relevantes, como por exemplo, que a depressão e a ansiedade no primeiro ano de pandemia aumentaram 25%. A ansiedade e a depressão já estavam entre os problemas de saúde mental mais prevalentes no Brasil antes da pandemia, cresceu ainda mais após a pandemia. Conforme Tedros Adhanom (2022), diretor-geral da OMS “O investimento em saúde mental é um investimento em uma vida e um futuro melhor para todos”.
Seguindo esta proposta, por que não dar atenção plena à saúde mental desde a infância e adolescência? Isto fará muita diferença para a qualidade de vida de adultos e idosos.

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