Especialista dá dicas de como usar bem o dinheiro da restituição do Imposto de Renda

A grande maioria das restituições varia entre R$ 1.000 a R$  10.000.  

Pagar dívidas, na opinião de professor, é uma das melhores  opções para quem tem restituição a receber.

Muitos brasileiros já começaram a receber a restituição do Imposto de  Renda (IR). O valor é ressarcido pela Receita Federal, para quem  declarou IR e tenha pago mais impostos do que deveria ao longo de  2020. Mas, o que fazer com esse valor extra na conta bancária? Para  ajudar os contribuintes, o professor dos cursos de Gestão da Faculdade  Santa Teresa, Luís Carlos Ramos, dá algumas dicas.  “Primeiro, é necessário saber se o contribuinte tem direito à restituição  acessando o site da Receita Federal e realizando a consulta. Vale  lembrar que o valor recebido irá depender das rendas, deduções,  despesas com dependentes, pagamentos efetuados e até mesmo planos  de previdência complementar, como o PGBL (Plano Gerador de  Benefício Livre), que permitem dedução de até 12% no imposto”, frisou  o especialista.  

Uma receita extra-orçamento  

Ramos explica que também é importante notar que se trata de uma  receita extra-orçamento, uma vez que o contribuinte não tem noção  exata de quando a devolução será executada, até o governo definir e  

publicar o calendário para pagamento dos lotes. E, mesmo assim, não  se sabe em qual lote o contribuinte será contemplado, pois isso  depende da ordem de apresentação das declarações.  

A grande maioria das restituições varia entre R$ 1.000 a R$ 10.000, e é  um dinheiro que pode ser utilizado para a satisfação de algumas  necessidades do contribuinte. “Em minha opinião, a principal  destinação desses recursos deveria ser para quitar dívidas emergentes,  aquelas em que o contribuinte pode obter descontos se pagas  antecipadamente, ou para evitar cobranças de juros posteriores”,  sugere o contador.  Para ele, optar por investir esses recursos, tendo dívidas já contraídas,  não parece uma boa opção, haja vista que o valor dos rendimentos é  muito superior ao que se cobra de juros no país.  “Caso as dívidas não impactem no orçamento doméstico, a restituição  pode servir para uma reserva emergencial, e aí sim, cabe a utilização  em investimentos, particularmente aqueles que confiram uma liquidez  mais imediata, já que se trata de aplicação para resgate em  necessidades prementes”, indica o professor da Faculdade Santa  Teresa.  

Se o contribuinte possui o orçamento em ordem e uma poupança para  eventualidades, a dica de Ramos é empregar o recurso em algo que  possa trazer um benefício e não simplesmente um consumo sem  necessidade. Cita ele, por exemplo, aquela pequena reforma na casa,  que já vem sendo adiada há tempos, a viagem de relaxamento com a  família em um feriadão para recompor as energias, enfim, qualquer  situação que traga a possibilidade de melhorar a sua qualidade de vida.  

“Isso também vale para quem possui planos de previdência  complementar: a restituição também pode ser destinada para fazer um  aporte em seu plano. Com isso, vai aumentar a reserva matemática que  permitirá, no vencimento da aplicação, ter uma alternativa melhor de  rendimentos, para o caso de saque total ou para melhorar as parcelas  que serão destinadas a rendas vitalícias ou não vitalícias”, explica o  professor.