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Professor da Faculdade Santa Teresa aponta as tendências do varejo mundial

A cada ano o segmento de varejo se reinventa e evolui. Novas oportunidades de negócios surgem a partir dos hábitos de consumo da população. O professor da Faculdade Santa Teresa e CEO do Instituto Brasileiro de Vendas e Varejo (IBVV), Marcelo Salum, destaca quais as tendências atuais do segmento.

Marcelo Salum esteve recentemente participando da maior feira mundial do segmento do varejo, a Naticional Retail Federation Big Show 2023, em Nova York. “O evento foi uma verdadeira imersão no varejo mundial, principalmente no que diz respeito aos rumos e tendências do segmento”, disse.

Segundo Marcelo Salum, entre os pontos de destaque estão a valorização do ser humano, economia circular, marcas próprias, mercado de luxo e seu expressivo crescimento, tecnologia como apoio na tomada de decisões e foco obsessivo no consumidor.

Confira as principais tendências do varejo para 2023:

VISÃO HUMANÍSTICA

De acordo com Marcelo Salum, nunca se falou tanto na importância de se tratar e cuidar das pessoas dentro das organizações e que estas precisam ser estimuladas e guiadas ao encarreiramento, percebendo que seu talento é responsável por conectar a cultura da organização, produtos e serviços à expectativa e necessidade do cliente. “Esse foi um dos temas mais trabalhados durante a feira”, ressaltou.

REVENDA EM ALTA

O mercado de revenda de produtos usados ou seminovos está cada vez mais forte e atrativo, gerando cifras e expectativas de negócios em torno de $ 218 bilhões até 2026, conforme o especialista e palestrante da NRF 2023 Lee Peterson – WD Partners. Vencendo preconceitos, o mercado de revenda é atualmente uma das grandes promessas aos consumidores adeptos a acessar produtos de marcas relevantes, dando início através da compra de um item usado, como por exemplo bolsas, joias, sapatos e outros. “A preocupação do novo consumidor, com a escassez de produtos e insumos que possam degradar o meio ambiente, é outro fator relevante e influenciador para este comportamento”, explica Marcelo Salum.

No Brasil, os antigos brechós estão sendo substituídos ou lançados como um novo modelo de negócio, no qual o consumidor pode comprar produtos usados seminovos ou deixar os seus artigos de uso para revenda. Ao serem revendidos, uma parte fica com o intermediador, que pode ser uma loja ou um site, e o restante volta para o consumidor – dando origem ao que chamam de economia circular.

TECNOLOGIAS QUE MUDAM NEGÓCIOS

Marcelo Salum destaca que aquilo que em 2018 foi apresentado na própria NRF como uma novidade e experimento, hoje é uma realidade sem volta. Os drones aéreos ou terrestres são cada vez mais incorporados como soluções logísticas, na última ponta, ou seja, entrega direta ao cliente.

Segundo o vice-presidente de Negócios da Rede Walmart, os drones hoje representam cerca de 36% de suas entregas em algumas regiões dos Estados Unidos, isto porque, são ágeis, seguros e não ocupam espaço. Estes são comercializados através de assinaturas, o que garante a sua eventual assistência técnica. Outro ponto relevante é que não existem casos de incidentes com o uso deles. Dados estatísticos de mercado mostram um crescimento anual do setor, de mais de 50% ao ano, justificados pela praticidade, segurança e não emissão de gases tóxicos ao meio ambiente.

Outras inovações, como as prateleiras inteligentes desenvolvidas pela AM em parceria com a Dell, as quais interagem com o consumidor proporcionando sinergia com o produto, é outra novidade do segmento varejista. “Esse tipo de equipamento possibilita criar e propagar campanhas de marketing em tempo real, em centenas de pontos de vendas, ao mesmo tempo com o auxílio da internet. Outra solução que invadiu a feira foi a criação brasileira Smart Cart – Carrinhos Inteligentes para supermercados, desenvolvidos pela Nextop, com meio de pagamento acoplado, gerando facilidade e agilidade”, relatou.

Web Services

Marcelo Salum acrescenta que os gigantes AWS Amazon Web Services e Walmart, até então desenvolvedores de ecossistemas de negócios de varejo para uso próprio, estão utilizando suas plataformas digitais robustas compostas por agentes interdependentes que trabalham de maneira integrada para entregar valor aos consumidores. E disponibilizando estas para terceiros, ou seja, a monetização na prática de seus negócios.

Negócios ancorados à tecnologia

Uma das mais frequentes necessidades de empresas e empresários está na tomada de decisão, seja para dimensionar e estabelecer um mix de produtos, adequar seu estoque ou reconhecer o que realmente seu cliente – consumidor está buscando. Na Feira, diz ele, inúmeras soluções foram apresentadas, exatamente buscando atender a necessidade do varejista para o reconhecimento dos hábitos de consumo, controle de perdas, estímulo de compras e captura de dados. “A automação do ponto de venda torna-se um fator essencial para interlocução com o cliente e a construção de uma jornada de compra perfeita, com foco na agilidade e personalização”, observa.

Para Marcelo Salum, nos próximos anos o varejo vai vivenciar cada vez mais o fortalecimento das lojas físicas como grande palco, “onde tudo começa e tudo termina”. “Este grande palco é integrado a operações e estratégias omnichannel (com diferentes canais de venda), juntamente com time capacitado e programas de retenção de pessoas, transformadas em talentos. É o varejo com sua força acelerada, mutável e, mais do que nunca, disruptivo”, concluiu.

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